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PIB de Minas tem queda de 1,5%

Enviado em 09 de Setembro, 2015

Agropecuária no Estado, puxada pelo café, registrou alta de 3,4% no segundo trimestre

O Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais caiu 1,5% no segundo trimestre deste ano frente aos três meses anteriores, resultado um pouco melhor do que o nacional, com queda de 1,9%. Foi o quarto trimestre seguido que o PIB do Estado encolheu e a primeira vez que a retração em Minas foi menor do que a registrada no País nesse intervalo. Os dados foram divulgados ontem pela Fundação João Pinheiro (FJP).

Considerando a comparação do segundo trimestre deste ano com o anterior, foi a agropecuária, especialmente, que sustentou o resultado melhor do que a média nacional. No Estado, impulsionado pela colheita do café e pelo peso da cultura para o PIB mineiro, o segmento contabilizou alta de 3,4% neste confronto, contra queda no País de 2,7%.

"A agropecuária foi o principal fator que fez a diferença em relação ao resultado do Brasil", afirmou o coordenador do Sistema de Contas Regionais de Minas Gerais da FJP, Raimundo Leal Filho. Além disso, o PIB da agropecuária tinha sofrido forte impacto da seca no primeiro trimestre deste ano, em particular em janeiro, quando Minas ficou praticamente 26 dias sem chuvas.

A indústria foi a atividade com o pior desempenho no segundo trimestre. No período, o PIB do parque mineiro encolheu 3% em relação aos três meses anteriores. A indústria de transformação, com queda de 4,5%, e a construção civil, com recuo de 5,1%, tiveram peso importante para retração do PIB do parque mineiro no intervalo.

Além disso, o coordenador da FJP explicou que os segmentos de produção e distribuição de energia e saneamento continuam sofrendo com o baixo nível de água nos reservatórios, o que afeta a geração de energia a partir as hidrelétricas instaladas no Estado. Em função disso, segundo ele, a produção de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana em Minas Gerais recuou 4,4% de abril a junho em relação ao trimestre anterior.

A desaceleração da economia também impactou o setor de serviços. No segundo trimestre, o PIB do segmento caiu 1,3% no Estado. Para Leal, neste caso, foi o encolhimento do comércio, refletindo a redução do consumo e dos transportes, cuja demanda de escoamento da produção diminuiu, que trouxeram o resultado global do segmento para baixo.

Semestre - Na comparação do acumulado deste ano até junho com o primeior semestre de 2014, a retração no Estado foi maior, de 4,1%, contra um recuo de 2,1% no País. Todos os segmentos analisados pela FJP (agropecuária, indústria e serviços) tiveram desempenho pior do que a média nacional.

Na indústria, a retração do PIB no primeiro semestre foi de 7,9% em relação aos seis meses anteriores. A queda foi pior do que o resultado nacional, com retração de 4,1%. O desempenho reflete a retração de importantes segmentos para o parque mineiro, como o automotivo, o de máquinas e equipamentos, o de metalurgia.

Conforme o levantamento da FJP, no primeiro semestre, o PIB da indústria de transformação diminuiu 10,7% ante o mesmo período de 2014. Em igual comparação, o PIB da indústria extrativa cresceu 0,8% e, neste caso, a alta está relacionada à valorização do dólar ante o real que favoreceu o resultado.

No primeiro semestre deste ano, o PIB da indústria da construção civil no Estado caiu 8,5% em relação aos mesmos meses de 2014. O PIB do segmento de produção e distribuição de eletricidade, água e saneamento teve queda de 13,1% e também pesou para o resultado final do parque mineiro.

No setor de serviços mineiro, o PIB recuou 2,4% no primeiro semestre contra o mesmo intervalo de 2014. Em nível nacional, a baixa foi menor, de 1,3%. Na mesma comparação, a agropecuária do Estado manteve-se estável, enquanto a média brasileira registrou elevação de 3%.

Fonte: Diário do Comércio

Foto: Arquivo CNT