Um estudo publicado no Journal of Transport Literature este ano mostra a importância da renovação da frota de caminhões autônomos transportadores de cargas. De acordo com os autores, Rodrigo Rosa da Silva Cruvinel, Paulo Victor Hermetério Pinto e Sérgio Ronaldo Granemann, da Universidade de Brasília (UNB), a economia gerada pela substituição de caminhões com idade superior a 30 anos por veículos novos atinge mais de dois bilhões de reais por ano. Esse valor inclui apenas os parâmetros de emissão de gás carbônico e de consumo de óleo diesel. Além destes, o estudo “Mensuração econômica da emissão de CO2 da frota dos transportadores autônomos de cargas brasileiros” mostra que outros fatores impactam direta e indiretamente a sociedade brasileira e toda a cadeia produtiva nacional. “Em um viés socioambiental, pode-se relacionar a redução das emissões de gases poluentes e de efeitos estufa e de material particulado, já que os veículos novos obedecem a normas ambientais rígidas”, diz a equipe na publicação. O estudo explica que tais normas se tornarão ainda mais exigentes com a entrada em vigor em 2012 da Fase P-7 do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve). “Tal fase é similar ao controle de emissão de poluentes Euro V adotado pela União Europeia, e impõe limites em média 87% mais restritivos se comparados com a Fase P-2 do Proconve para a emissão de monóxido de carbono, hidrocarbonetos, óxido de nitrogênio e material particulado. Estas reduções impactam diretamente no sistema de saúde brasileiro, porque quanto menor a poluição, menor a probabilidade de danos a saúde, em especial ao trato respiratório”, explicam os autores. Do ponto de vista econômico, veículos mais novos, que pressupõe que estejam em melhor estado de conservação, trazem redução dos custos de manutenção, redução do tempo do caminhão parado para realizar a manutenção, menor probabilidade de acidentes em razão da má manutenção do veículo, entre outros benefícios. Sob o ponto de vista de segurança viária, a renovação da frota e as novas tecnologias advindas dela trazem dispositivos de segurança que proporcionariam uma redução do número de acidentes que envolvem caminhões. O estudo ainda destaca que os veículos antigos retirados de circulação podem ser reciclados, a exemplo do que acontece em países como a Suécia e a Espanha, diminuindo o impacto ambiental, e gerando emprego e renda. Os autores explicam que a frota brasileira de caminhões possui idade média bastante elevada, atingindo aproximadamente 19 anos, idade essa que não proporciona a maioria dos veículos existentes acesso às novas tecnologias já desenvolvidas. No entanto, dizem que a idade avançada da frota de caminhões no Brasil é um problema que o governo tem conhecimento e vem adotando políticas públicas na busca de solucioná-lo. Para ver o artigo na integra, acesse: http://www.pesquisaemtransportes.net.br/relit/index.php/relit/article/view/257/pdf_135.
Fonte: Agência Notisa
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