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Custo Brasil dobra preço de automóvel nacional
Enviado em 04 de Setembro, 2012
Os elevados custos de produção, a carga tributária pesada, além da margem de lucro praticada pelas montadoras no Brasil, são apontados como responsáveis pelos preços dos veículos no país, que chegam a ser o dobro do verificado em importantes mercados, como, por exemplo, o Estados Unidos. Somente o custo de transporte e impostos pode ser mais que duas vezes maior em território nacional se comparado com taxas praticadas em outros países.
Confrontando alguns modelos comercializados tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, verifica-se uma diferença significativa nos valores praticados. O Honda Civic, por exemplo, é oferecido no mercado norte-americano a partir de US$ 15,9 mil, cerca de R$ 32,6 mil, segundo o site da montadora. Já no mercado interno o modelo parte de R$ 64 mil, de acordo com a Tabela Fipe.
Outro exemplo é o Ford Fiesta, comercializado no país como New Fiesta. A versãohatch do automóvel é vendida a partir de R$ 44,69 mil no Brasil. Já os consumidores norte-americanos pagam pela versão mais simples do veículo US$ 14,22 mil, ou seja, cerca de R$ 29 mil. As informações foram obtidas nos sites da Ford. A disparidade entre os valores praticados no mercado interno e externo, conforme especialistas consultados pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO, é resultado da conjunção de uma série de fatores estruturais e culturais do Brasil.
De acordo com o consultor da Megadealer, José Caporal, um dos principais motivos é a falta de infraestrutura no país, que encarece consideravelmente o custo de produção e logística dos automóveis nacionais em relação aos outros mercados. As estradas mal cuidadas e sem investimentos em melhoria, por exemplo, aumentam as despesas com a distribuição dos veículos, impactando diretamente nos valores praticados.
Conforme dados apresentados pela Renault do Brasil, durante coletiva de imprensa na semana passada, para transportar o modelo Duster entre a fábrica na Romênia e a França, com distância de 2 mil quilômetros, são gastos 0,21 euro por quilômetro. O trajeto é feito em aproximadamente 30 dias. Já o transporte do mesmo veículo, partindo da fábrica da montadora francesa em Curitiba (PR) e Belo Horizonte (1 mil quilômetros), custa 80,9% mais, sendo 0,38 euro por quilômetro. Além disso, no Brasil o trajeto leva 51 dias para ser completado.
Tributos - A pesada carga de impostos também é um dos fatores que pode explicar os preços no país. Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), apontam que em um automóvel com amotorização 1.0, considerando a isenção do IPI, a carga responde por 22,2% do preços. Nos - .veículos acima de 1.0 até 2.0, a gasolina, os tributos correspondem a 26,4% do valor. Já os veículos flex contam com uma carga de 25,6%.
Levantamento da entidade mostra que nos Estados Unidos a carga de impostos corresponde a 5,7% dos preços dos veículos com motorização acima de 1.0 até 2.0. No Japão, a mesma faixa de produto é tributada em 9,1%. O gerente de atendimento da Jato Dynamics do Brasil, Milad Kalume Neto, lembra que a cadeia automotiva convive com tributos diretos e indiretos, além dos gargalos logísticos no país. "Os valores verificados no Brasil são resultados de uma série de variáveis", diz.
Outro ponto apontado por especialistas é a alta margem de lucro das montadoras no Brasil. Estima-se que a lucratividade esteja entre 8% e 15% no país, enquanto a média mundial é de aproximadamente 5%.
Na opinião do diretor-geral da Faculdade Santa Cruz, Hugo Meza, um dos motivos para que as margens de lucro sejam maiores no Brasil está o fato de que investir no país é caro. "Elas tentam compensar isso", explica. Ele lembra que até mesmo a inflação interfere no retorno dos aportes realizados pelas montadoras.
Status - Porém, um especialista que preferiu não ter o nome revelado aponta fatores culturais para que o automóvel brasileiro seja um dos mais caros do mundo. "O carro no Brasil é questão de status, então o consumidor está disposto a pagar esses valores atuais. E enquanto houver demanda, não há motivo para reduzir os preços", diz.
Especialistas explicam também que ações governamentais, como o aumento do IPI para veículos importados, além da redução do tributo para as montadoras nacionais, está contribuindo para a manutenção da tabela de preços no país.
Fonte: Diário do Comércio - 04/09/12
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