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Aumentam acidentes em trechos em obras da BR-040 e BR-381
Enviado em 30 de Setembro, 2014
Aumenta o número de acidentes nos trechos das BRs 040 e 381 que estão passando por serviços de recuperação e duplicação. Velocidade alta nesses locais é a principal causa
O corredor formado por cones e barris laranjas é tão estreito que mal sobra espaço para uma carreta trafegar. Do outro lado dessas barreiras, na lateral da rodovia, caminhões e máquinas pesadas, como rolos compressores, fresadoras e acabadoras, trabalham na pavimentação. Mesmo com dificuldades para circular neste espaço restrito, motoristas imprudentes não se intimidam: deixam de reduzir a velocidade de seus veículos e até trafegam pelo acostamento para tentar escapar das filas. Esse comportamento tem contribuído para aumentar a insegurança nas principais rodovias que passam por Belo Horizonte, as BRs 040 e 381, no momento em que ambas passam por obras de ampliação. Na BR-040, sentido Rio de Janeiro, por exemplo, a velocidade máxima nos trechos em obras é de 40km/h, mas o Estado de Minas registrou em uma manhã que a média de velocidade chegou a 65km/h. Ou seja, a maioria dos condutores trafegava com velocidade 62,5% acima da permitida.
Somadas, as duas rodovias registraram aumento de acidentes e feridos durante o período de intervenções para ampliação, na comparação com o mesmo período do ano passado. Foram 885 acidentes em 2013 (alta de 2%) e 901 neste ano. O número de feridos cresceu de 586 para 719, com aumento de 23%. O número de mortos caiu ligeiramente, de 52 para 49 (-6,1%). A alta nessa estatística leva em consideração um pequeno período de obras na BR-040, a partir de junho, ainda que a rodovia tenha registrado acidentes graves nas áreas de obras, como o tombamento de uma carreta na altura do Km 602, em Congonhas, que deixou a via fechada por 15 horas no último dia 3.
Os abusos dos motoristas que passam por lá aumentam o perigo nas duas áreas que recebem intervenções de recapeamento, em Congonhas e em Conselheiro Lafaiete. As placas que antecedem o corredor de cones dos canteiros de obras limitam a velocidade a 40km/h, que, para efeitos de comparação, é o máximo recomendado pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) para vias de trânsito local, aquelas caracterizadas por “garantir acesso local ou a áreas restritas, usadas apenas por veículos restritos ou com algum interesse, como as ruas de um condomínio fechado, por exemplo”, informa o Contran.
“Ninguém respeita os limites que são para nossa própria segurança. Já vi carretas passando por aqui a 100km/h, por cima dos cones mesmo”, conta o encarregado de pavimentação do trecho de Conselheiro Lafaiete Liomar Silva Pereira, de 37 anos. “A gente não escuta direito quando está na obra, por causa do barulho, e acaba se assustando quando vê um caminhão de 20 toneladas passar raspando”, acrescenta. Carlos Augusto Andrade, de 35, técnico em segurança do trabalho no canteiro de obras, afirma que a sinalização tem pouco efeito sobre os motoristas imprudentes. “Nossa sinalização alertando para a obra, para homens trabalhando e restrição de velocidade, começa 1.500 metros antes da intervenção na pista. A 1.000 metros as reduções de velocidade são para 40km/h, mas nada disso consegue fazer os motoristas reduzirem. E o pior são os maiores, os carreteiros”, disse.
Culpa da imprudência
Coube à BR-381, a Rodovia da Morte, fazer a diferença estatística no período das obras, entre maio a julho, comparado ao mesmo intervalo de 2013. Os óbitos em acidentes subiram de 31 para 36 (16%), os feridos de 366 para 488 (33%) e os acidentes de 543 para 561 (3%). De acordo com o doutor em engenharia de transportes e consultor da área Frederico Rodrigues, a realização de obras torna os trechos muito mais perigosos. “Sem dúvida, locais com intervenções aumentam o índice de acidentes, principalmente por causa da imprudência”, afirma. E essa constatação, segundo o especialista, não é apenas uma impressão. “Fiz muitos planos de segurança rodoviária onde tem obras. Mesmo com sinalização e tudo de acordo com os manuais, as pessoas dirigem acima da velocidade segura. Em vez de reduzir, (o condutor) fica irritado por causa da fila ou do fim de uma faixa e age de forma imprudente”, disse.
De acordo com o chefe do Núcleo de Comunicação Social da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Minas Gerais, inspetor Aristides Amaral Júnior, os agentes que cobrem os trechos de rodovias em obras orientam os operários e responsáveis a posicionar placas de velocidade e alertas em locais adequados. “São pontos onde o motorista deve obedecer à orientação da sinalização, que tem sido muito bem feita. Se fizer isso, pode trafegar com segurança, principalmente porque não estão ocorrendo intervenções à noite, o que é mais perigoso”, disse o policial.
Lentidão nas obras de duplicação da Rodovia da Morte contribui para aumento de acidentes
Esperada para trazer segurança e acabar de vez com a má fama que rendeu à BR-381 o apelido de Rodovia da Morte, a duplicação do trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares ainda não tem canteiros de obras abertos em todos os perímetros licitados nos sete lotes. Desde maio, as intervenções começaram a ser feitas nos lotes 1 (Governador Valadares/Belo Oriente), 2 (Belo Oriente/Jaguaraçu), 3 (Jaguaraçu/Nova Era) e 7 (Caeté/Itabira), sendo que os demais – 4 (Nova Era), 5 (João Monlevade) e 6 (João Monlevade/Itabira) –, nem sequer montaram sua infraestrutura. Mesmo nos locais onde as intervenções oficialmente começaram, o Estado de Minas constatou um ritmo lento, desmobilização de maquinário e de veículos em alguns trechos, sobretudo o do lote 7, onde áreas abertas para o nivelamento ou terraplaenagem não tinham qualquer trabalho perto de Ravena e de Bom Jesus do Amparo.
Enquanto isso, o número de acidentes continua a crescer. Feridos e mortos já superam o total de 2013 em 2,6% e 14,5%, respectivamente. No dia 14, um acidente no Km 367,9, em São Gonçalo do Rio Abaixo deixou dois mortos e trouxe à tona mais uma vez a indignação pela demora na duplicação da rodovia. Um Chevrolet Prisma e um caminhão carregado de cal se chocaram de frente, matando os dois motoristas. Uma das vítimas, a monlevadense Josiane Giacomin, de 35 anos, voltava para BH de uma visita à mãe na cidade natal. Indignado, um amigo dela, o funcionário público Flávio Henrique Verli, escreveu um manifesto replicado por muitos na internet.
“Desta vez, a notícia não foi uma corriqueira e passiva manchete sobre vítimas da Rodovia da Morte. Desta vez, quem faleceu era uma amiga próxima, mãe de uma garota de 15 anos, uma gestante, uma esposa, uma jovem jurista, uma filha amorosa e principalmente uma pessoa de bem”, descreveu. No texto, ele faz um apelo para que o poder público tome providências para melhorar a segurança na via com urgência. “Vocês sabem quantas famílias foram destruídas? Quantas vidas foram ceifadas? Quantas cidades enlutadas? Quantas mães, pais e filhos que nunca chegaram? Sabem do horror que milhões de pessoas passam há anos? Sabem o quanto dói ver que nada é feito por isso? Chega!”
CARGAS PERIGOSAS Não bastasse o alto número de mortes e os perigos naturais da Rodovia da Morte, que entre João Monlevade e BH se desdobra em 200 curvas ao longo de 100 quilômetros, a omissão e a imprudência são ameaças constantes. No dia 19, pouco antes de passar pelo posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), a reportagem viu um caminhão carregado de manilhas de concreto empilhadas em três camadas acima da carroceria. Apenas uma das peças foi amarrada por uma corda comum, que dificilmente seguraria um tranco mais vigoroso da tubulação. Contudo, o veículo de transporte passou sem qualquer problema pela barreira da PRF em Caeté, que tinha, inclusive, um policial inspecionando os veículos que transitavam pelo local.
Mais adiante, em Ravena, distrito de Sabará, o perigo era representado por cinco pôneis que pastavam soltos à beira do acostamento de uma curva fechada. Ao ver a reportagem fotografando os animais soltos, dois empregados da propriedade de onde os animais saíram correram até o local e tocaram os pôneis de volta para o sítio. Um dos trabalhadores, Ildo Carlos Guilherme, de 57, tentou explicar. “Teve um acidente há quatro meses e um carro arrancou a cerca. Por isso os animais estão fugindo para a rodovia. A gente precisa prender eles em outro pasto”, disse.
As curvas fechadas continuam a causar acidentes com caminhões, que tombam e despejam a carga no acostamento. Os diversos produtos transportados pelos veículos de carga vão se acumulando em camadas, como vidros, eletrônicos, peças de metal, sucata, frutas, leite, entre outros, como no Km 420, em Caeté, onde um caminhão que transportava 65 bois tombou. Os animais estavam sendo transportados de Guanhães para Lins, interior de São Paulo, e 10 deles morreram no acidente. O sangue das reses mortas se misturou aos restos de outras cargas. O acidente ocorreu quando o motorista perdeu o controle ao descer a Serra de Caeté. Moradores da região e motoristas pararam para ajudar no resgate do gado, esperando ser recompensados com um pedaço de carne das reses mortas.
De acordo com o chefe do Núcleo de Comunicação Social da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Minas Gerais, inspetor Aristides Amaral Júnior, “cada carga tem uma forma de ser transportada, por isso cabe uma inspeção mais detalhada em cada caso”, disse. Sobre os animais na pista, o policial afirma que é um grande problema. “Nunca achamos os donos dos animais depois que os recolhemos. E o recolhimento depende de a prefeitura enviar um caminhão boiadeiro e não são todos os municípios que dispõem desse veículo”, afirma.
Fonte: Estado de Minas
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