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Perigo nas BRs em Minas


Enviado em 26 de Novembro, 2013

Os rastros de pneus impressos no mato mostram que a carreta carregada de sucata compactada não conseguiu fazer a curva fechada e passou reto. Só parou depois de destruir dois carros e bater num barranco, matando oito pessoas e ferindo seis, na tarde do domingo passado. Os veículos pegaram fogo e até o solo ficou calcinado. Um cenário de destruição tão extenso que lembra um desastre aéreo, mas que não serviu de alerta para os motoristas que trafegam pela BR-040, em Congonhas do Campo, cidade da Região Central a 89 quilômetros de BH. O limite de velocidade é de 80 km/h, mas muitos veículos de carga aceleram nessa descida seguida de curva fechada acima de 90 km/h. Somada à imprudência, a falta de conservação também é comum nesse trecho da BR que está entre os cinco indicados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) como os mais perigosos da malha federal mineira.

A BR-040 tem ainda dois pontos críticos, em Conselheiro Lafaiete e em Juiz de Fora. Separadamente, a BR-251 foi a estrada que apresentou índices mais alarmantes. A via chegou a ser 45% mais mortal entre janeiro e setembro deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Foram 48 óbitos neste ano contra 33 em 2012. A parte mais perigosa fica em Francisco Sá, no Norte de Minas. A BR-116, entre Muriaé e Fervedouro, na Zona da Mata, é o quinto trecho mais arriscado, segundo a PRF. De forma geral, o aumento do número de vítimas na rodovia foi de 11% na comparação dos mesmos meses, de 129 para 143 mortes.

De Congonhas até Conselheiro Lafaiete a falta de conservação agrava o perigo. O asfalto está cheio de buracos grandes e profundos, obrigando os motoristas a fazer desvios. Na área urbana os conflitos entre o tráfego de viagem e a circulação de Lafaiete geram acidentes, de acordo com a PRF. “No trecho de Juiz de Fora o problema é a chuva. A pista fica escorregadia, a visibilidade diminui e os condutores não trafegam em velocidade compatível”, afirma o inspetor Aristides Júnior.

Quem viaja pelos trechos mal conservados das estradas em Minas afirma que BRs mais parecem o inferno. Buracos, poeira e desmoronamentos de encosta são riscos constantes. Um dos cinco trechos mais perigosos das rodovias mineiras, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), é o km 666 da BR-116 (Rio-Bahia), em São Francisco do Glória, na Zona da Mata. E por causa disso está ganhando fama de via infernal entre os caminhoneiros e moradores próximos devido à grande quantidade de acidentes que ocorrem por lá. No caso da estrada mineira, as armadilhas encontradas pelos motoristas não são parte de uma batalha do Apocalipse, mas resultado da falta de conservação pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

É logo após uma das curvas da via, de pista única, que o motorista se assusta ao encontrar uma nuvem de poeira atrapalhando sua visibilidade. De repente, sem qualquer aviso ou sinalização, a pista acaba, virando um segmento de 350 metros, largo, de terra e pó que levanta com o tráfego de carretas e ônibus. Nesse espaço não se distinguem faixas de separação ou acostamentos. Perigos ampliados pela imprudência dos motoristas de carros de passeio e motociclistas que perdem a paciência com a redução de velocidade que as carretas precisam fazer e se arriscam na contramão.

Passada a poeira, em dois locais neste quilômetro, as contenções de barrancos instaladas depois das chuvas de 2011 estão rompendo. Feitas com linhas de gaiolas de metal preenchidas com pedras (gabiões), algumas delas foram empurradas pelos barrancos e já se romperam. A parte mais perigosa é formada por duas rampas causadas pelo afundamento da pista. O desnível chega a mais de um metro e quem passa em velocidade mais alta quase decola. Muitos se assustam, freiam bruscamente e correm o risco de perder o controle.

Em Fervedouro, 15 quilômetros à frente, os acidentes na BR-116 marcam muitas famílias, como a do frentista Anderson Franchini Ricardo, de 34. “Quando era pequeno, meu irmão morreu ao descer de uma bicicleta e um carro bater com o retrovisor no rosto dele”, lembra. No domingo passado, dois primos de Anderson quase morreram na estrada. “Estava chovendo e o carro em que viajavam saiu da pista e bateu num caminhão. Um deles pode ficar paraplégico. O outro quebrou a bacia, um fêmur e um pé. Não tem uma pessoa aqui que não conte uma tragédia dessa estrada, que para mim é do inferno mesmo”, afirma.

Fonte: Jornal Estado de Minas


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