CONET&INTERSINDICAL - Fev/15

09 de Março, 2015 - Salvador-BA

Aproximadamente 250 empresários do setor de transportes de todas as regiões do país se reuniram no dia 25 de fevereiro, em evento do Conselho Nacional de Estudos em Transporte, Custos, Tarifas e Mercado – CONET. O encontro foi realizado em Salvador (BA), onde o Departamento de Custos Operacionais, Estudos Técnicos e Econômicos da NTC&Logística (DECOPE) divulgou pesquisa que indicou uma defasagem do frete de 14,11%.

 

O presidente da NTC, José Hélio Fernandes, cumprimentou os empresários e líderes sindicais presentes na abertura do encontro e afirmou a necessidade do segmento em trabalhar a recuperação tarifária dos fretes praticados hoje. “Desde que assumi a presidência, verifiquei que precisávamos trabalhar com a recuperação tarifária do setor. Esse trabalho envolve também um grande diálogo que o setor deve ter entre sociedade e mercado. Temos que tomar uma atitude, ter posicionamento e, para isso, precisamos gerir nossas empresas de maneira profissional e eficiente”.

 

Fernandes também falou sobre o mercado que, muitas vezes, pressiona os empresários para baixarem suas tarifas. “Infelizmente, estamos vendo que outros estão trabalhando por nós: uma hora, o embarcador decide o quanto pode pagar e o empresário aceita; outra vez, é o concorrente que coloca no mercado valores abaixo dos custos, gerando uma concorrência desleal que atinge nosso setor”, salientou.

 

Participaram representando Minas Gerais, o presidente do Setcemg, Sérgio Pedrosa, e os diretores do sindicato e da Fetcemg, Gladstone Lobato e Paulo Sérgio Ribeiro. Sérgio destacou a importância do encontro "com a presença de empresários de todo o Brasil, de todos os estados, o que proporciona uma integração cada vez maior da nossa categoria."

 

Gladstone lembrou que o último Conet que participou foi no início dos anos 80 e depois o evento parou de acontecer. Ele destacou a importância da retomada destes encontros. "Queremos a presença dos empresários neste fórum, não somente de suas lideranças. Precisamos aprender a dar valor aos nossos serviços. Aprender a cobrar pelo transporte que realizamos. E o Conet é uma oportunidade de adquirirmos o conhecimento técnico para saber o valor do nosso trabalho".

 

Durante o encontro, os transportadores tiveram a oportunidade de conhecer o casos de sucesso de empresários que tomaram decisões corretas em momentos de baixa demanda para evitar a bancarrota e garantir a perenidade de suas empresas. "São exemplos bem sucedidos de empresas que ajustaram a quantidade da frota à demanda real e tiveram bons resultados econômicos e financeiros, porque reduziram custos fixos e mantiveram a produtividade", disse Sérgio.

 

O próximo Conet será realizado em julho deste ano em Santa Catarina.

 

Apresentações técnicas

O engenheiro Antônio Lauro Valdívia, assessor técnico da NTC, apresentou o “Estudo de Defasagem no Frete do Transporte Rodoviário de Cargas”. Os dados apresentados são resultado dos números médios das empresas pesquisadas pelo Departamento de Custos Operacionais, Estudos Técnicos e Econômicos (DECOPE) da NTC&Logística. Uma das planilhas apresentadas foi um demonstrativo de custos de uma viagem. O palestrante mostrou que existem custos diretos e indiretos a serem contabilizados ao longo de um trajeto.

 

Entre os custos diretos, aqueles pagos no momento da viagem, como: combustível, arla, salário do motorista e pedágio; entre os indiretos: impostos, despesas administrativas, seguro, manutenção do veículo, entre outros itens. “Quando o empresário analisa apenas os custos diretos, ele pode ter até 40% de lucro, mas se observar os indiretos, o lucro real fica em aproximadamente 10%. Ou seja, poucas empresas consideram todos estes gastos e, por isso, cobram um frete abaixo de seu custo real, gerando a defasagem”, explicou Valdívia.

 

Além desses demonstrativos, foi apresentado também explicativos sobre Frete Valor (custo indicado hoje entre 0,3 e 1,2%), GRIS (taxa de Gerenciamento de Riscos, de 0,3%), Tabelas de Generalidades de cada especificidade da atividade e Serviços Adicionais (paletização, entrega com veículo dedicado, entre outros). 

 

O coordenador de economia da NTC, José Luiz Pereira, iniciou sua apresentação sobre o Índice Nacional do Custo do Transporte (INCT), explicando rapidamente a peculiaridade e o tamanho do mercado de transportes. “Num mercado com mais de 170 mil empresas de transporte, segundo a ANTT, é impossível haver qualquer controle de preços por meio de tabelas, por isso, cabe a cada empresário negociar seus valores de frete”, salientou Pereira.

 

Durante a explanação, José Luiz explicou que o INCT é uma planilha de custos de referência, assim como o IPCA é para outras generalidades. O INCT é calculado mensalmente e avalia, dentre outros temas, o impacto dos dois últimos aumentos de combustível nas operações de transportes. Esse índice possui duas variáveis: a primeira analisa a Carga Lotação, e a segunda estuda a Carga Fracionada. 

 

O acúmulo dos últimos 12 meses (Jan-14 a Jan-15) no INCT-L foi de 3,86%; já o INCT-L, ficou em 4,18%. Em análise dos últimos 24 meses, os índices ficaram em 12,82% e 12,23%, respectivamente. “Só o combustível, caso considere os dois últimos aumentos, teve um impacto de 4,14% no custo do frete em médias distâncias”, observou Pereira.

 

Após o encontro, a NTC&Logística divulgou uma nota sobre a defasagem nos valores dos fretes e uma análise técnica dos itens que compõem os custos do transporte.

 

Com informações da NTC&Logística

NTC&Logísitica

Sindicato das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais

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